segunda-feira, janeiro 18

what you say?



Acendeu o cigarro calmamente. Deu um bafo e respirou fundo.
Um carro vermelho, uma recta escura. (estás a tentar matar-me?)
Outro bafo.
Enterrou o rosto na areia húmida. Respirou fundo. Os pulmões engoliram a areia. (É agora?)
Um bafo e o cigarro já só metade.
(Vamos a Jakarta? Não, muito longe. Então? Berlin?)
Cimento seco. Escuridão mórbida. Cadáver frio.
Apagou o cigarro no chão.
Levantou-se calmamente e caminhou para a porta.
Avó, onde vais? Já venho.
A neve cortava as maçãs do rosto. Um carro vermelho, a areia húmida, o cigarro, o cimento e a escuridão.
O cadáver.
Avó, pára.
Atravessa circulos na carpete. O que disse ela?
Abriu os olhos e acendeu um cigarro tremelisco.

2 comentários:

  1. podes crer que são saudades o que agora mais tenho meu bem. mas estou prestes a seguir p outras paragens, para essas paragens!

    está melancolico e misterioso este texto.

    beijinho!**

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  2. Minha querida: tenho uma prendinha para ti no meu blog,

    beijinho.

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