sábado, janeiro 11

Não estou bem.
Não estou nada bem.

Não entendo como continuo assim, ano após ano. Tenho medo, tenho tanto medo infundado. A minha mente é tão traiçoeira, é má e engana-me.

Sinto-me tão pequenina. A minha mente diz-me que não valho a pena, que sou uma merda, que não sou capaz. Hoje a positividade ficou na casa de banho, pelo chão derramada.

Sinto saudades de estar em paz e de estar confiante. Fodasse. Onde está essa rapariga? Onde está a mulher? Parece que estou à toa. Às apalpadelas na vida, a ver o que sai. Sinto-me mais sem rumo do que nunca. 

Contigo era simples, era confortável. É isso que não gosto certo? Mas porque tenho eu saudades disso? Porque não o tenho. Porque não estou bem. Porque tudo à minha volta é instável e preciso da segurança que me davas.

E tu? Que faço eu contigo? Tanto me fazes sentir no topo como na merda. Ou é a minha cabeça que faz isso? Quero dar-me e não consigo. Sinto-me pequenina. Não sei com o que posso contar. Quando preciso de um abraço não te consigo pedir. Quando notas que preciso de um abraço não mo dás e dizes-me para me animar. O que é isso? Não há um botão. Quero explicar as coisas e não consigo, tenho a minha mente entorpecida, como se constantemente embriagada. Não sei o que digo. Não sei o que faço. Contradigo-me. Sinto que me deixo levar. Sinto que és mais forte que eu. Sinto que sou pequenina. Sinto-me uma miúda perdida. Sinto-me no chão. O que é isto? Já não sei se me fazes bem ou mal. Tanto quero ver-te como quero estar sozinha. Sinto que não tens paciência e sobretudo que não me conheces o suficiente para aturar estas merdas.
E depois penso: eu. A rapariga independente. A rapariga que trata de tudo sozinha.

Em todos estes anos apagou-se um fogo em mim e não estou a conseguir avivá-lo.