quinta-feira, dezembro 16

está frio.


Não sei o que escrever. Não tenho inspiração e a alma não me doi. Talvez as mãos geladas e a lareira que não consigo fazer pegar me faça confusão.
Hoje está tudo parado. Como se não sentisse nada em mim. O fogo da alma apagou e as horas avançam languidamente por entre os dedos.
Está frio hoje.

domingo, dezembro 12

não.

Parte 1: Antes de dizer mais alguma coisa gostava que tivesses em mente que te amo. Existem alturas em que o amor não chega, em que precisamos de atingir novos patamares, novas experiências e fazer as nossas loucuras. Não posso ficar assim, presa. Não posso, não quero. Desculpa se estou a ser egoísta. Não quero ir, mas também não quero ficar. Preciso de espaço, de tempo para mim. De dormir sozinha uns dias. Desculpa. Eu amo-te, mas não consigo e não te quero magoar. Talvez consigamos viver juntos na mesma, talvez se formos só amigos durante uns tempos. Não sei. Penso que não irias querer isso.

Parte 2: Tudo poderia ser diferente se não fosses assim. Se apesar de não te conhecer, se não percebesse que realmente és assim. Já tive um na minha vida. Chegou e bastou. Tu és ainda pior. Não quero sequer que olhes para mim, fales comigo ou me mandes mensagens. Era tudo diferente se fosses diferente. Poderia até dizer-te que eu também, que também tremo da cabeça aos pés. Não o irás saber. Não. Chega.

quinta-feira, dezembro 2

Linhas Cruzadas.



 " Reajo a esse incómodo olhar, nem quero acreditar, que vem na minha direcção;

Às dias estou a reparar, nem queres disfarçar, roubas a minha atenção;

Total, confusão, confesso que só de imaginar, que te vou encontrar, me sobe à boca o coração .. "

quinta-feira, julho 29

sem asas.




Essa intemporalidade e remorso que tento esconder dia após dia. O inegável desejo cru quando te vejo, aliado à distância e proibição. Desejo recalcado e afundado com as lágrimas derramadas. Demasiado jovem para ser restringido e abjurado. Tu és a cobra da árvore de Adão e Eva.

Hoje poderás ser o meu príncipe, amanhã poderás já não ser nada. E os dias passam languidamente por entre as horas. Tento não olhar-te e o desejo soa mais forte cada vez, prometendo mentalmente que será a última.

Qual será a pior das traições? Trair consumando o acto ou alimentar todos os dias uma paixão proibida pela moral, secreta, no mais fundo do inconsciente, sem a retrair, ou pior, sem a querer retrair ou largar?

Viciante como a cafeína ou nicotina, tudo se desvanece enquanto se tenta avançar mais um passo. A mentira dos dias. A traição da alma. Um anjo que perdeu as asas.



quinta-feira, julho 1

Recordar é viver.

"Raptei" o desafio da Flor e tenho de contar três coisas que fazia com os meus amigos de infância. Ora, eu já não me lembro bem, mas posso contar coisas que faço com os meus amigos mais antigos.

1. Não posso deixar de recordar com carinho a Joana, a coisa mais nitida que me lembro, tinhamos uns três/quatro anos e estavamos no refeitório do infantário a comer um paposeco com tulicreme, ela diz-me que eu sou uma pastelona a comer. Cada vez que dizem esta palavra lembro-me deste episódio. A Joana faleceu, quando tinhamos 12 anos. Certo que nem ao funeral dela fui, mas passei a ir visita-la ao cemitério várias vezes. Deixa-me sempre uma pequena nostalgia e revolta falar nela, pois quando adoeceu, foi apenas por uma constipação. A última vez que a vi, estavamos na senhora de mércules e ela tinha acabado de recuperar. Morreu dois ou três dias depois. Ela não tinha o mesmo direito que nós? Crescer e tornar-se mulher? 

2.  Então o amigo, que conheço à mais anos, fazendo as contas, 15 anos e que ainda perdura é mesmo o Dioguinho. Conheci-o com cinco anos na escola primária. Voltámos a juntar-nos no liceu e é do meu grupo de amigos. Não me lembro de nada que fazia com ele na escola primária, perduram apenas a fotos tiradas os dois, muito pequenos e reguilas. Mas a sensação de conhecer uma pessoa desde pequenina cria uma intimidade e amizade inimagináveis.

3. Tenho outra amiga, que conheço à oito anos, desde que tinha 12 anos, será a Ana (aqui). É sem dúvida, das amizades mais marcantes que tive até hoje.

Terminando o post, não posso esquecer a Flor, que apenas conheço desde o 10º, mas aproveito para discordar do que se costuma dizer "os amigos para a vida conhecem-se na universidade", os meus amigos para a vida, conheci-os do liceu e esses sim, são para a vida. Ela é um deles, porque não me esqueço de tudo o que passámos (tudo mesmo, bons ou maus momentos). *


*

segunda-feira, maio 24

Better than me? Better than you !

Lembras-te de teres ouvido a música do Hinder - better than me?


Lembras-te de teres dito todas aquelas coisas? Especialmente que eu não merecia alguém como tu? - sim, que tu apenas podias racionalizar tal conversa a partir de uma música, tal coisa não se descortinava sozinha dessa cabeça leve.

E lembras-te de eu te ter tentado convencer que isso não era verdade?

Pois bem, se fosse hoje, provavelmente teria poupado o meu latim e teria dito que tinhas razão. Eu merecia alguém melhor que tu.

Vais acabar por morrer sufocado em exuberância, vaidade e esses muros de mentira erguidos à tua volta vão ajudar-te a caires no buraco negro.

segunda-feira, maio 3

Tecto de Vidro .

Pitty - Tecto de Vidro 


 
Quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra.
 
 
Na frente está o alvo que se arrisca pela linha,
Não é tão diferente do que eu já fui um dia
Se vai ficar, se vai passar, não sei
E num piscar de olhos lembro tanto que falei, deixei, calei
E até me importei mas não tem nada, eu tava mesmo errada
Cada um em seu casulo, em sua direção, vendo de camarote a novela da vida alheia
Sugerindo soluções, discutindo relações
Bem certos que a verdade cabe na palma da mão
Mas isso não é uma questão de opinião,
Mas isso não é uma questão de opinião,

E isso é só uma questão de opinião...

quinta-feira, abril 22

o teu nome.

Soube, mal ouviu o seu nome, que ela era especial.


Tirava vagarosamente a bata azul escura de interno do armário castanho e vazio. As conversas à volta dissipavam-se no ar, enquanto ele não parava de fitar o fundo do armário - Perséfone - a palavra arrancou-o da escuridão.

Desviou finalmente o olhar do imenso castanho e olhou-a com fascínio. Não era bonita, mas também não era feia. Tinha olhos castanhos escuros e brilhantes e um sorriso nos lábios.

Os Bips tocaram em uníssono - fechou o armário e voltou-se rapidamente, embatendo contra o corpo fino. Ouviu-se um lamento e ambos caíram.

Durante todo o dia, lembrou-se dela, imaginou-a, relembrou-a. Tentando precisar qual o ponto dela que o fascinava, ou seria só aquele nome, enigmático e de deusa. Não sabia de pessoa com aquele nome.

Na hora do almoço foi falar-lhe, voltando para a sua mesa pesaroso, perante a indiferença e arrogância que ela lhe mostrou. De certa forma magoado, prometeu a si mesmo não voltar a falar a tal criatura de nome tão cativante e feitio tão desprezível.

Meses depois, foi ela a falar-lhe. Numa noite trovejante, no bar perto do hospital. Começou por lhe pedir desculpa, pelo primeiro dia. Depois beijou-o. De todo o mar de emoções que ela lhe trazia, não esperava que aqueles lábios fossem tão gelados e amargos. Empurrou-a com o máximo de delicadeza que conseguiu e levantou-se para sair.

És exactamente o que eu teu nome conta.

domingo, abril 4

Survivor :)

Bem, sobrevivi à viagem. 

Para lá foi simplesmente fantástico, para cá nem por isso (vómitos e muito nojo pelo meio). Mas adorei Barcelona, digo que não me adaptava a viver em Lisboa ou no Porto, mas em Barcelona sim :) .




Gostaria de fazer um último pedido. Sugestões de bons livros para comprar e ler ! Portanto, comentem e digam qual o melhor livro.


Beijinho

quarta-feira, março 24

É o medo.

Antes de desligar este computador, para me meter na cama, acordar amanhã e ir para o Porto para quinta apanhar o avião para Barcelona, sinto necessidade de desabafar.

Tou cheia de medufa porque nunca andei de avião e tenho medo que ele caia. (Riam-se), pura verdade. Quase me tira a vontade de ir à cidade de que sempre quis.

Enfim, lá vou eu amanhã para longe daqui, esperando estar de volta domingo à noite sã e salva.


 - Caso algo me aconteça, às minhas melhores amigas, ao meu namorado e à minha mãe, amo-vos do fundo do coração -

Sim, continuem a rir. Agora é que me está a dar os nervos... :|

terça-feira, março 9

Um dia o sonho vai vingar.

É inevitável não sentir o perfume inebriante de uma nova ideia que nos paira na mente. Que nos faz ter vontade de desenhar em papel, um desenho em forma de escrita.

De todas as histórias do mundo, de todas as já contadas, a mente humana vai inventar uma que ainda não se contou, porque não?

A imaginação não tem limites, a minha, vai ser a libertação do meu sonho, se as correntes da vida e do destino não a prenderem e a encadrenarem numa estante para ser esquecida, até já não se notar o título ou a capa pela camada de pó.

                                                               um Dia !

sábado, fevereiro 27

merda.

Gente errónea que se queixa sem razão.

Pessoas fúteis embriagadas de ilusão que com o dinheiro podem comprar aumentos de auto estima e força para lutar.
E essa embriagez descarnada corre o mundo e espalha-se como uma doença infecciosa, infecta, altera, mata.

E de todos como é possivel ficar feliz com tal surpresa que lhe dizem ao telefone, se o que sente é que está embriagada? Repguna o cartão de credito e todas as carteiras que possam existir. Hoje talvez.
Amanhã talvez tudo mude, como sempre.

quinta-feira, fevereiro 25

mantém-te firme

Chorei, mas não sei se alguém me ouviu. E não sei se quem me viu, sabe a dor que em mim carrego e a angústia que se esconde. Vou ser forte e vou-me erguer, ter coragem de querer. Não ceder, nem desistir eu prometo.
Busquei, nas palavras o conforto. Dancei no silêncio morto e o escuro revelou que em mim a luz se esconde. Vou ser forte e vou-me erguer, ter coragem de querer. Não ceder, nem desistir eu prometo.
                            Mariza em "Alguém me ouviu" com Boss AC.




People always leave.

terça-feira, fevereiro 23

Curiosidades e afins

Hoje ouvi uma curiosidade que me ficou na cabeça a cantarolar e que tenho necessidade de partilhar.

Sabiam que na Segunda Guerra Mundial, as pessoas daltónicas eram enviadas em vôos nocturnos por terem um melhor reconhecimento nocturno? Além disso, os daltónicos que apenas vêm na escala de cinzas, eram também enviados na frente dos aviões, pois assim, conseguiam detectar os camuflados, que não eram visíveis a olho normal. Eles conseguiam distinguir o cinza de uma folha, do cinza de uma pessoa. 

A maior parte das pessoas não sabem que são daltónicas. Ora aqui fica uma pequena imagem que pode ajudar a perceber se são, ou não daltónicos. (Conseguem ver o número no meio? Se conseguirem não são daltónicos).


Falando de um outro tema, o próximo livro a comprar e a ler (este vai já com prioridade acima dos outros da prateleira) - Pandora de Anne Rice.

Para quem gosta da mitica historia de pandora (como eu), o livro conta detalhadamente a história dela, enquanto ainda mortal. De nome Lydia, cidade Roma, 15 a.c. Neste livro Pandora acaba receber o "dom das trevas", ou seja, tornar-se vampira.

Pronto, é um pouco diferente da história tradicional da primeira mulher que existiu, dotada de beleza, criada por Hefesto e Atena, que recebeu de todos os deuses uma qualidade e tendo Epimeteu esquecido que não deveria aceitar presentes dos deuses, quando esta lhe foi enviada ele tomou-a como esposa e ela abriu a caixa que continha todos os males, espalhando-os pelo mundo. Quando conseguiu fechar a caixa, apenas ficou a esperança. Mas claro que esta é umas das histórias, pois a mesma vêm de textos gregos antigos, mesmo na Ilíada de Homero este tinha uma visão diferente da caixa (duas jarras, uma para os bens, outra para os males).
Apesar do que já li de opiniões sobre o livro, parece-me ser um pouco cansativo e que a parte interessante não é descrita no livro, vou arriscar.

Bem, por hoje é tudo*




segunda-feira, fevereiro 22

jaws

Passion. It lies in all of us. Sleeping.. wainting.. and though unwanted.. unbidden.. it will stir.. open its jaws, and howl.

It speaks to us, guides us, passion rules us all.
And we obey.

What other choice do we have? Passion is the source of our finest moments. The joy of love... the clarity of hatred... and the ecstasy of grief. It hurts sometimes more than we can bear. If we could live without passion, maybe we'd know some kind of peace. But we would be hollow.. Empty rooms, shuttered and dank... Without passion, we'd be truly dead.

sábado, fevereiro 20

AAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHH

Bem, nem quero pensar que segunda já tenho aulas.

A entrar as 8:30 da manhã, trabalhar às 15:00, sair do trabalho às 22:00.

Alguém me explica como é que tenho tempo para alguma coisa?


:|

Como diz o meu chefe quando alguma coisa corre mal: "Só me apetece é ganir";

As crónicas e reportagens.

Esta semana, na Visão e na Sábado li duas coisas que me chamaram a atenção. Em primeiro, foi na Visão, a crónica do Ricardo Araújo Pereira sobre os vampiros com o título "Eles comem tudo desde que não tenha alho". Remetendo ao meu primeiro post aqui, os vampiros passaram de gosto para moda e agora é cool ver a Lua Vermelha ou todas as outras séries. Em todo o lado há um vampirinho misterioso. Ora sugiro que leiam então a crónica que está aqui.

Falando então da reportagem da revista Sábado (de 11 a 17 de Fevereiro), chama-se "Viver made in Portugal", feita por uma jornalista que durante três dias apenas pode viver com produtos nacionais, o que se revelou dificil, pois se virmos todos os produtos, electrodomésticos e móveis que temos em casa, a maior parte não são nacionais, então a senhora chegou a andar com saco de plástico a fazer de mala, sem roupa interior e a comer de pé. Está interessantíssima a reportagem, com pena minha, não consegui encontrar a reportagem no site da Sabado e a única revista que consigo folhear é a desta semana, mas tentem ler.


Por hoje é tudo. Espero comentários sobre o que acharam*

segunda-feira, janeiro 18

what you say?



Acendeu o cigarro calmamente. Deu um bafo e respirou fundo.
Um carro vermelho, uma recta escura. (estás a tentar matar-me?)
Outro bafo.
Enterrou o rosto na areia húmida. Respirou fundo. Os pulmões engoliram a areia. (É agora?)
Um bafo e o cigarro já só metade.
(Vamos a Jakarta? Não, muito longe. Então? Berlin?)
Cimento seco. Escuridão mórbida. Cadáver frio.
Apagou o cigarro no chão.
Levantou-se calmamente e caminhou para a porta.
Avó, onde vais? Já venho.
A neve cortava as maçãs do rosto. Um carro vermelho, a areia húmida, o cigarro, o cimento e a escuridão.
O cadáver.
Avó, pára.
Atravessa circulos na carpete. O que disse ela?
Abriu os olhos e acendeu um cigarro tremelisco.

terça-feira, janeiro 12

para sempre.


São músicas que relembram e trazem o passado de volta. São memórias luminosas, vivas, coloridas e por vezes escuras, feias e dolorosas. A música traz-nos tanta coisa, tanto sentimento e por vezes trás a mágoa.


A música faz-nos reviver e traz-nos conforto. É capaz de nos fazer desejar com toda a força voltar atrás no tempo.

Se pudesse voltar atrás, fazia tudo igual.

Muitas músicas marcam o meu passado. Mas a que me leva para o passado instantaneamente é dos Royalistick – Se eu pudesse, por tudo aquilo que foi, por quando foi, por tudo o que significou e me fez sentir, pelo que deixou, que,apesar de ser triste, é uma memória que vai ficar para sempre e faz parte de mim, policromia que preenche os sonhos a preto e branco*;

quinta-feira, janeiro 7

Silence.

O silêncio da casa. Nestes momentos sentia-se minimamente em paz. O murmurar das paredes, apenas perturbado pelo pequeno radiador que aquecia o seu mundo naquele momento. O som da vida lá fora, sempre agitada contrastava com o movimento da casa.


Chamou o seu gato, que a olhou com ar suplicante e rastejou para o seu colo acomodando-se nas suas pernas. A casa estava arrumada e limpa. Fumava um cigarro relaxada. Tudo parecia perfeito.


Relembrou-se do que teria para fazer no dia seguinte, iria ser um dia agitado, um perfeito final de semana, afinal, sentia-se mais cansada depois de um dia desses, mas mais feliz. Pois sabia que no final da noite, estaria com o seu querido ao lado, aconchegada, e o que se sentia nesses momentos, nem o maior valor do mundo conseguia pagar.

Mas naquela noite, o querido não chegou e passado algumas horas recebeu uma chamada.


O seu mundo desabou.